Giovana Nader: o que a Geração Z nos ensina sobre moda

Antes de iniciar essa coluna quero deixar claro que a pessoa que vos escreve é uma millennial, que parte seu cabelo ao lado, não entendeu a linguagem do TikTok e ama o emoji da carinha “chorando de rir”. Se você está lendo isso e não está entendendo nada do que quero dizer, provavelmente é uma millenial também, mas te explico: a Geração Z parte o cabelo ao meio e acha ultrapassadas algumas linguagens de internet. Prazer, cringe! 😂 

A real é que o comportamento geracional desses jovens, nascidos entre meados de 1990 e 2009, podem influenciar o mundo bem mais do que imaginamos. Eles nasceram imersos na tecnologia, portanto são considerados nativos digitais e entendem muito bem o poder da comunicação em rede para a sociedade. E como aqui a gente gosta de falar é de moda, fiz uma pesquisa sobre o que eu poderia aprender com eles e estou ávida para compartilhar com você.  

1. Moda é experiência 

Começando pelo comportamento de consumo, a Gen Z consome como expressão de identidade, ou seja, não querem apenas um produto, mas uma experiência. Consomem aquela roupa que refletem exatamente a imagem que querem passar ao e por isso cultivam a autenticidade. Isso faz com que se conectem com marcas com as quais se identificam e que tenham os mesmo propósitos e valores que eles, se interessando pela origem do produto e pelo processo de produção. Sendo assim, se uma marca quer se aproximar desse pessoal é importante praticar a transparência, deixando acessível e visível tudo o que acontece em seu interior. 

2. Não existe consumo sem consciência 

Essa preocupação toda tem fundamento. Primeiro porque é uma geração que nasceu em um período de recessão e segundo porque precisam lidar com problemas climáticos. Seus ídolos são ativistas que usam as redes sociais não para postar selfies, mas para se mobilizar colocando a crise climática no topo da sua agenda.  

Isso significa que eles sabem muito bem que a produção de uma única calça jeans pelo método tradicional pode gastar até 11 mil litros de água e que alternativas para esse gasto desnecessário já existem (alô, Re Jeans!), preferindo direcionar o seu dinheiro para aqueles que têm sérios compromissos ambientais.  

3. Estilo é construção 

E falar sobre moda é impossível não falar sobre estilo. A geração Z adora o visual estético dos anos 2000 como conjuntos de moletom, calça de cintura baixa, minissaia e camiseta baby look. A ousadia na hora de se vestir também dá o toque na produção com pele à mostra e a técnica do upycling. A Gen Z se diverte com suas habilidades manuais fazendo com que vestido vire saia e macacão se transforme em calça e blusa. Ah! E usam e abusam do jeans, material hiper-resistente e atemporal.  

Como boa “tia da internet” posso dizer que amo aprender e me inspirar nessa galera que está jogando por terra a padronização das tendências e a normalização das aparências. Como podem ver, tentei inclusive me aventurar em um novo penteado e estilo mais descolado, que não sei se colou. Mas o importante é que eu BTF (boto fé) que precisamos de mudanças drásticas e disruptivas. Com essa geração é PPRT (papo reto) e o que nos cabe é se abrir ao novo. TMJ (tamo junto).  

Quem mais entra nessa comigo? :)