História da moda feminina: peças de empoderamento

Este ano de 2022 marca os 90 anos do voto feminino no Brasil: sim, foi só em 1932, há menos de um século, que pudemos votar no país. E olha que não fomos exceção na régua global, pois embora lugares como Alemanha e Reino Unido tenham implementado a lei nos anos 1920, há outros lugares que só tomaram essa decisão nos anos 40, 50 e até 60! Isso sem falar naqueles que o fizeram apenas no século 21, como a Arábia Saudita (2011). Inspirada por esse marco tão importante, resolvi falar um pouco sobre a liberdade da mulher na moda, e como o vestuário feminino foi se adaptando aos novos tempos e agendas.  

O impacto da Primeira Guerra Mundial  

A Primeira Guerra Mundial foi catalisadora de uma transformação social que, claro, impactou a vestimenta. Com os homens fora de casa, muitas mulheres começaram a trabalhar, e os anos 1920 e 30 foram marcados pelo fim das roupas que limitam os movimentos (como espartilhos, corpetes e ancas) e pela adoção de tailleurs (os terninhos), cabelos curtos e, claro, as calças.  

A chegada da alfaiataria ao guarda-roupa feminino no mesmo timing pós-guerra, vale dizer, surge como grande avanço, sincronizado com as necessidades do mercado de trabalho. Isso significava que as mulheres estavam trajadas adequadamente para trabalhar, ter seu próprio dinheiro e por aí vai, sem as amarras das roupas. Não à toa, as peças de alfaiataria são um símbolo de poder para nós, né?  

Muito tempo depois, na década de 80, o power dressing, com as mulheres galgando posições de liderança no mercado de trabalho, bebeu justamente dessa fonte. Eu mesma me sinto imediatamente sofisticada com um bom blazer! 

 

Falando nele… joguei como terceira peça junto a esse conjunto de alfaiataria. Acho que essa composição revisita o conceito do terninho: com shorts e blusa de alcinha, ele fica mais contemporâneo e perde o ar careta. Ao mesmo tempo, o tecido mais refinado dá um toque sofisticado, e os tons terrosos trazem uma unidade visual que permite brincar com cores nos acessórios, se você quiser.  

 

A revolução dos anos 1960 

Voltando à nossa linha do tempo, bem mais tarde, nos anos 1960, o mundo recebeu de braços abertos as calças jeans, que trouxeram um quê mais informal — ainda acompanhado de ares de rebeldia. Trata-se de uma década marcante para a moda feminina, já que o vestido tubinho, a minissaia, o biquíni, os olhos intensamente delineados e as estampas psicodélicas nasceram ali, junto à efervescência da música e de outros campos da cultura. Para fazer referência a esse momento tão emblemático, escolhi um look com padronagem artsy, que combina ainda a alfaiataria e a calça (ambas, como falamos, representaram grandes transformações).  

 

Bota um cropped e reage! 

Para fechar, queria trazer um meme (mas de algo que é muito mais que brincadeira, tá?): reage, mulher bota um cropped! Fato é que os tops curtos viraram sinônimo de empoderamento, e mostrar a barriga em ambientes que extrapolam a praia tem sido motivo de orgulho e bem-estar para muitas de nós, então quis homenagear as novas formas de exercer liberdade com essa dupla de camisa cropped (que já atualiza um clássico) e shorts curtinho, que para mim é o substituto confortável da minissaia. 

Agora, quero saber de você: que peça de roupa melhor representa o empoderamento feminino?