Somos Arte: Pam Barja fala da relação entre moda e arte

Se você me acompanha no Instagram, já sabe que, no último mês, fiz uma imersão artística de tirar o fôlego por dois lugares completamente distintos: a Bienal de Veneza, na Itália, e a Documenta Quinze, exposição de arte em Kassel, na Alemanha. Ainda me sinto pouco preparada para traduzir em palavras o que foi vivenciar esses dois lugares, mas se é a pedido da Renner, prometo tentar! 

Documenta Kassel 

Para começar, preciso falar sobre como os eventos são distintos, complementares, opostos, uma loucura. Em Kassel, me senti em um questionamento sem fim. Sabe aquela história de “o que somos, onde estamos, para onde vamos”? Algo nesse sentido. Isso porque este ano, a mostra foi dirigida pelo Ruangrupa, coletivo da Indonésia que decidiu fazer da mostra uma obra única, um corpo formado por infinitos corpos. 

Foram cerca de 1.500 artistas vindos da Nigéria, do Camboja, da Indonésia e das Américas que trabalharam na criação de espaços de encontros e trocas. Muito mais do que o impacto visual, senti ali uma energia intensa que me fez pensar e repensar até onde pude, em uma grande teia de consciência coletiva e humanidade (e de reconquistar a humanidade que existe em nós).    

Bienal de Veneza 

Falando agora sobre Veneza, posso definir a Bienal por seu encantamento estético, sua capacidade de criar um impacto já no primeiro olhar. Depois de Kassel, foi como um respiro. Claro, existe um caráter político, como o protagonismo feminino e aqueles questionamentos e provocações intrínsecos à arte, mas, acima de tudo, foi um afago na alma ver coisas tão belas. 

Pensando sobre tudo isso, voltei ao Brasil ainda mais sedenta por descobrir artistas locais, conhecer nossos movimentos, nossos temas, nossas lutas e, de alguma forma, incorporar isso ao meu dia a dia ainda mais, nos momentos de lazer, nos looks ou mesmo nos papos. Veio em boa hora, por isso, o convite para falar da coleção-cápsula Somos Arte, da Renner, que conta com estampas criadas por artistas visuais de diferentes estilos. 

Somos Arte 

Quando a Renner me pediu para escolher minhas roupas preferidas, nem soube por onde começar! O look acima é de autoria do Andrés, que assina como Tropicow Boy. Ele cria ilustrações lindas e supersensíveis, que contam anedotas sobre amor, tristeza e vulnerabilidade. Essa estampa me passa bem essa vibe quase melancólica, reflexiva… E lembra que a arte tem tudo a ver com se permitir sentir. 

Também escolhi esse look do Alex Rocca, um designer têxtil curitibano que tenho acompanhado há algum tempo (eu adoro o universo de mobiliário, objetos e afins). Ele trabalha muito com tapeçaria, mas aqui transpôs seu estilo para as roupas e funcionou muito bem, não só pela estampa mas pelos detalhes de penduricalhos de lã – uma referência ao seu DNA – na barra da blusa.  

Ufa! Falamos sobre impacto da arte, referências mil e nossos looks amados da Renner hoje, e os papos dão pano pra manga! Me conta qual é seu favorito?