Fala galera, tudo bem? Acabei de chegar de uma viagem muito interessante pelo interior de Alagoas, e queria dividir com vocês esse roteiro tão fora da rota convencional, mas super rico em cultura e paisagens lindíssimas.
A região do Baixo São Francisco é conhecida como a “Rota do Imperador”, por onde passou Dom Pedro II alguns séculos atrás. Monarquias à parte, até porque já acabaram há muito tempo no Brasil, a região compreende cidades que ficam à beira do lindíssimo e imponente Rio São Francisco, e a melhor delas para começar a conhecer a região é Penedo.
PENEDO
Penedo fica a cerca de 2h30 da capital alagoana, Maceió, uma cidade com vistas incríveis: os casarões antigos se situam sobre um rochedo, que garante as panorâmicas para um pôr do sol inesquecível. É possível visitar igrejas centenárias do barroco, e até mesmo art deco: fiquei muito impressionado pensando como uma pequena cidade como Penedo possui tantos exemplares lindos da arquitetura.
Onde ficar
Fiquei hospedado no hotel São Francisco, o principal da cidade, que tem um delicioso e super farto café da manhã e fica num edifício modernista dos anos 1970. Vale a pena fazer um passeio de barco no Rio São Francisco, onde servem pilombetas (peixinhos fritos) e até carne de jacaré (certificada pelo IBAMA!), e curtir um pôr do sol em Piaçabuçu, município a 40 km de Penedo que abriga o estuário do Rio São Francisco e chegada do rio no Oceano Atlântico, em meio a dunas e mangues.
Festival de cinema de Penedo
Quero voltar, e sugiro que você vá durante o Festival de Cinema de Penedo, evento super importante para o cinema nacional que existe desde os anos 1970 no Brasil, assim, vai poder desfrutar dos teatros da cidade. Imagina um banho de rio de manhã e um filmezinho com festa à noite? Delícia né.
ILHA DO FERRO
Após dois dias em Penedo, você pode seguir pela estrada até a Ilha do Ferro, cidade-referência do artesanato nordestino. Um lugar frequentado por pesquisadores de cultura popular, colecionadores de arte, aficionados por móveis, e quem mais desejar colorir sua vida com a vivíssima produção de arte popular da região.
A cidade é minúscula, tem umas 6 ruas, e a maioria das casas funciona como residências-ateliês dos artistas, é só bater na porta, pedir licença e começar a se aproximar do universo que cada um tem para mostrar.
O que fazer na Ilha do Ferro
Um lugar para esquecer as horas e deixar a temperatura te guiar: digo isso porque o calor de 40 graus que faz das 10 até as 15 horas faz com que as pessoas sequer saiam de casa. A boa é começar a bater perna de tarde e passar as manhãs tomando banho de Rio (São Francisco, claro). E atenção: muito cuidado com as piranhas (sério mesmo, elas mordem as pessoas).
Muitos dos mestres artesãos, como Vieira ou Zé Crente, não têm peças para pronta entrega, mas se você gostar muito de algo, pode encomendar. Alguns têm larga produção, como o Mestre Vavan, que se dedica a criar sereias, anjos, jaraguás, girafas, onças, carrancas, uma colorida mistura de animais e seres do universo do folclore esculpidos em madeira. O trabalho dele é superpop!
Quando for, me conta o que achou? O Brasil é mesmo maravilhoso e cheio de estilos. E essa é a segunda vez que passo por aqui para falar sobre minhas viagens pelo nosso país. Confira minhas dicas pelos Lençóis Maranhenses.