Roupa de festa no dia a dia: dá para repetir?

 

Posso tranquilamente rememorar datas importantes destes meus 37 anos de vida por meio de roupas que usei. O vestido de noiva comprado em Nova York, quase dez anos atrás; o longo de madrinha de casamento da minha amiga de infância; a camisola verde de cetim que usei na formatura da faculdade… Mas, mais do que as que remetem a datas, são as roupas que me lembram de fases inteiras que moram no meu coração. Elas são símbolo de um tempo, de uma vida que foi e é, e de muitos quilômetros rodados conquistando, tropeçando, andando.

Ando filosófica, sabe como é, fim de ano. Tudo isso para dizer que cada vez mais numa data dessas consideradas importantes tento unir os dois universos e investir em looks que façam sentido na ocasião formal, mas que também transitem com toda graça e desenvoltura no dia a dia, que façam história no almoço entre amigas, na visita ao museu, no date comigo mesma.

Foi com as amigas do almoço, aliás, que aprendi há menos tempo do que gostaria que look de festa não tem que ser careta, não tem que ser longo, muito menos de crepe ou seda. O salto não precisa ser fino e altíssimo, a bolsa não precisa ser clutch de strass. Quem estabelece o mood é o conjunto da obra, definido mais pela personalidade de quem veste do que por esse ou aquele dress code.

 

Levanta, sacode a poeira 

Confesso que hoje todos os modelitos citados no primeiro parágrafo jazem no fundo do armário, em bonitas capas protetoras, ainda assim um tanto empoeirados. Fico esperando que eles voltem à tona – ou, para ser mais sincera, que meu desejo de usá-los volte à tona. Quando comprei tais looks que gritam “FESTA”, eu até sabia, mas não levava em conta que todos os trajes de gala usados pelas famosas são emprestados e, depois, viram peças de museu ou acervo. A não ser que você esteja pensando em montar um acervo próprio de relíquias, sugiro vir na minha para que suas roupas de festa dancem vida afora. 

Da formatura para o happy hour

Tá, não que eu receba convites para este tipo de evento (socorro, me formei há 13 anos!), mas achei interessante fazer esse exercício nesta época do ano. Hoje minha opção seria o conjunto icônico de paetês, combinado a cabelo meio preso do jeito mais atual possível, make brilhante, e muitos acessórios de strass. O salto pode ser bloco, tá? Ninguém quer ir embora cedo por causa da dor no pé.

Aí, na semana seguinte, você tem, sei lá, um date, e pode lançar mão de 1) o top de paetês com uma calça jeans ampla, 2) a saia com regata branca canelada (trend alert) e acessórios coloridos – minha escolha. Rápido, fácil, indolor, e altamente fashionista!

Do casamento ao almoço na casa da miga

Parte 1 do desafio concluída com sucesso, bora para a fase 2: casamento (tipo de evento para o qual, sim, recebo vários convites). O vestido de renda amarelinho foi amor à primeira vista – desculpe qualquer coisa se você o vir eternamente nos meus conteúdos a partir de agora. Com cabelos presos, pele iluminada, batom vermelho e acessórios dourados, ele é capaz de te transformar numa das mulheres mais chiques de qualquer lugar. Repare bem, não quaisquer acessórios dourados: sandália de amarração e bolsinha pirâmide fazem absolutamente toda a diferença. 

Não sei as suas amigas, mas as minhas capricham muito nas produções para nossos encontros na casa de uma de nós. Acho o mínimo, sabe? Para um dia com elas, o vestido rendado ganha ares praianos com bolsa de palha + flatform + cabelos soltos e óculos de sol.

Mais funcional, impossível 

Roupa de verdade, que tem vida, que vale nosso suado dinheirinho e deixa a gente magnífica seja onde for. Perdão, mas vou precisar lançar mão do clichê: é sobre isso e tá tudo bem. Meu desejo fashionista para nosso 2023 é, então, que saibamos ressignificar nossas roupas para que elas nos sirvam – e não o contrário. Boas festas!