Bê-a-bá dos tecidos: tudo que você precisa saber

Tecidos: o que são? Como surgiram? Qual é o melhor para mim? Não existe resposta simples quando o assunto é material têxtil. Esta é uma pauta bastante complexa e técnica – e eu não sou nenhum um especialista da indústria para falar em toda a sua profundidade… Mas minha proposta aqui é fazer um resumo prático e sucinto (na medida do possível), para trazer um pouquinho mais de fundamento na sua próxima compra.

História dos tecidos

Os tecidos foram uma grande evolução tecnológica na indumentária. Como espécie, começamos a nos proteger com as peles de animais – bem como nos desenhos animados da nossa infância. Mas este era um material com algumas restrições, sobretudo de mobilidade. Diante disso, passamos a buscar alternativas mais maleáveis. Primeiro veio o processo de feltragem, feito com fibras compactadas. Na sequência, aprendemos a manipular e entrelaçar as fibras, num processo de tecelagem. Resumindo bastante, assim nasceram os primeiros tecidos.

Hoje temos uma variedade enorme de materiais têxteis: tecido plano, malharias, rendas, não-tecidos… E estes podem ser de composições variadas. Nos tecidos, a menor unidade é a fibra, que se torna um filamento, em seguida fio e depois o tecido. A composição é uma informação que você encontra na etiqueta que costuma vir na lateral da roupa, com as instruções de lavagem. 

Tipos de fibras

Habitualmente, chamamos tecidos pelos seus nomes comerciais – o que não necessariamente diz muito sobre o que está contido nele. Uma crepe pode ser de seda ou de poliéster. É importante entender um pouco sobre a composição, para saber melhor o que você está comprando e se atende às suas demandas. Em resumo: as fibras são divididas em três grupos: naturais, artificiais e sintéticas. 

 

Naturais: podem ser vegetais, animais ou minerais. As mais conhecidas são algodão, linho,  lã e seda. 

 

Artificiais: feita de material vegetal que sofre processos químicos. Existe o modal, o liocel, o cupro, mas a viscose é a mais popular deste grupo. Aposto que tem um monte desta no seu armário. Ela é bem popular e eu mesma compro bastante!

 

Sintéticas: têm o petróleo como origem. Talvez você conheça como poliéster, poliamida, acrílico ou elastano.

 

Todas têm as suas vantagens e desvantagens, nos diferentes quesitos, entre durabilidade, conforto, manutenção, custo e aparência. As naturais tendem a ser mais confortáveis mas podem ser menos resistentes. Sintéticos são muito resistentes mas podem ser menos confortáveis. Claro que tudo vai depender da construção e da tecnologia empregada. É comum vermos misturas de diferentes materiais para termos um bom balanço nestas frentes todas. 

Tipos de tecidos

Agora vamos falar um pouco mais sobre materiais têxteis, usando alguns dos que são destaque na atual coleção da Renner: 

Algodão

Um dos pontos altos do acervo da Renner para mim hoje! Vemos a fibra de algodão muito presente em diversas peças, tecidos e composições. Fiz questão de incluir a camiseta de algodão peruano – item que não dispenso mais no meu armário. Eu tenho seis! Só não tenho mais porque ainda não lançaram em mais cores. 

Queria ligar para o desenvolvimento de produto e fazer alguns pedidos, inclusive. Este é um modelo em gola arredondada da Blue Steel, mas tem uma versão em gola “V” na Marfinno. O algodão do Peru é conhecido por ser de alta qualidade e muito macio. As peças em algodão costumam ter uma pegada mais despojada. 

Por isso, gosto de misturar camisetas, por exemplo, com peças mais elaboradas ou alinhadas. Mas acho um material excelente, sobretudo, para blusas em geral, pelo frescor que o nosso país muitas vezes demanda. Vale conferir o algodão de novo na jaqueta do próximo look do post.

Material sintético, o PU

Nesta produção, coordenei a camiseta com a calça em poliuretano, um não-tecido que é uma imitação sintética do couro. Não tem a mesma resistência, infelizmente, mas vantagem é mesmo o preço muito, muito mais acessível (e a origem não ser animal). Gosto muito do caimento e da alta pigmentação que este material oferece em relação a alternativas mais opacas, sobretudo para partes de baixo. Para saias e calças ele traz estrutura e polimento, um visual mais alinhado. 

Como eu gosto de cores bem saturadas e de um certo peso para peças deste tipo, costumo ficar de olho nelas. Um truque que eu uso para conservar por mais tempo é pendurar assim que eu chego em casa e evito dobrar ao máximo. Além disso, fica perpetuamente passado se você tiver esta disciplina. Muito prático para se arrumar mais rápido! Este é o lado virginiano falando.

 

Tricô

O tricô pode ser feito de diversos filamentos e composições. Prefira reservar os sintéticos como o acrílico ou o poliéster para climas mais frescos, pois eles são melhores para esquentar. Os tricôs de outono inverno da Renner são um dos destaques da coleção para mim. Não à toa ele está presente em dois looks aqui. Tem uma fartura de opções e eu sou suspeita, porque amo tricô! 

Por morar no Rio, tendo a buscar versões com misturas de algodão ou viscose. Uso muita blusa de manga em viscose com poliamida para blusas mais fininhas – gosto da versatilidade do calor ao ar-condicionado, rs. Este conjunto mistura poliéster e algodão, por exemplo. 

O tricô costuma comunicar um visual mais informal, via de regra, já que passa uma sensação de muito conforto e aconchego. Mas tudo vai depender da modelagem, do acabamento e até do tamanho da trama. Quanto maior e mais aberto, mais casual. Tramas menores e fechadas podem ficar bem sofisticadas. Eu adorei este conjunto todo elaborado e fiz um high-low entre a sandália de couro de salto alto e a jaqueta jeans – que merece muito uma menção honrosa. A jaqueta é tipo moletom de algodão e tem elastano. É a mais confortável que eu já vesti. Recomendo. Tem na versão clara também, mas achei que a escura casou melhor com as cores do tricô.

Cetim + Renda + PU

Montei aqui uma produção com materiais excelentes para um look noturno. E gosto muito de deixar o preto monocromático menos conservador usando um mix de texturas. O brilho do acetinado combina muito com eventos mais elaborados. Não à toa é tão usado em vestidos de festa. É um tecido bem polido, reluzente e delicioso no toque. Também não quer dizer que não possa ser usado de dia (tudo vai depender do contexto da peça), mas é ideal para trazer um glamour. Já a renda é o ápice da feminilidade. Na cor clara, mais romântica, na cor escura, mais sexy – foi a abordagem que eu escolhi, neste caso. Um visual bem poderoso. Rendas são uma grande promessa das últimas passarelas. Esperem ver muito mais delas por aí. 

Com tamanha transparência, optei por me dar mais cobertura com uma terceira peça mais sólida. Esta calça de PU preta também contribui para o visual mais exuberante, com o seu acabamento brilhante. Vale dizer que amei a modelagem. Tem uma infinidade de calças pretas neste material na Renner agora… Mas essa me ganhou no corte. E, para finalizar, queria enaltecer este brinco espetacular da coleção Atelier. Comprei por conta própria e mandei o link para várias amigas comprarem também, inclusive. Se esgotar, foi culpa nossa, rs. Um colosso! 

Espero que tenham gostado dos looks e das dicas! Não esqueçam de conferir a etiqueta de composição (ou a descrição completa no site e app) das peças antes de colocar no carrinho – e depois de comprar, dar uma olhada nas instruções de lavagem também. Os nossos materiais têxteis retribuem este cuidado. Beijos e até a próxima!