De onde vem os tecidos das nossas roupas? Cristal Muniz te explica

As roupas são feitas de tecidos, mas e os tecidos, eles são feitos de quê? Existem diversos tipos de tecidos com características muito diversas. Porém, quando a gente olha do que eles são feitos, algumas matérias-primas se repetem mais vezes, como é o caso do algodão e da viscose.

Existem muitos detalhes sobre as matérias-primas que podem ser pensados para melhorar os aspectos de sustentabilidade de uma roupa e foi por isso que participei de um workshop com o time técnico de sustentabilidade da Renner — pude aprender mais sobre como é possível que as matérias-primas sejam mais sutentáveis. E, claro, vim aqui na minha coluna contar pra vocês o que aprendi! 🙂

Do que a viscose é feita?

A viscose é um tecido molinho, macio, geralmente usado em vestidos, blusas mais soltinhas (o colete que tô nas fotos!), saias e calças. A viscose vem da celulose, ou seja, é produzida a partir da madeira das árvores e sua certificação garante que venha de locais controlados.

A gente diz que é um tecido de origem renovável. Por esse motivo, é superimportante que ela seja rastreada para que só sejam usadas árvores de florestas plantadas para uso comercial – como acontece com papel também – e que se tenha o controle da origem dessa floresta. A Renner já usa viscose rastreada em mais 90% dos tecidos e a meta é chegar em 100% até 2030.

E o algodão?

Talvez a matéria-prima mais conhecida, o algodão, está em quase todas as roupas: nos jeans, nas camisetas, nas camisas, nos shorts, nas saias, enfim, quase todas as roupas mesmo! Ele pode tanto gerar um tecido mais grosso como no caso do jeans e dos moletons, quanto um tecido mais fininho, macio, como as camisetas.

Sabia que o algodão também é de origem renovável? Isso porque é feito a partir de uma planta. Como ele é a principal matéria-prima na produção, dá para imaginar que requer atenção dobrada por parte da marca em busca de opções menos impactantes.

A Renner usa algodão mais responsável vindo de diversas fontes: o algodão certificado ABR ou BCI que tem melhores práticas de cultivo na fazenda, mas ainda é produzido em alta escala.

Um detalhe: o algodão, no geral, é produzido em alta escala, o que acaba gerando um alto impacto, por isso buscar novos meios de produzir é tão importante. A Renner também usa algodão agroecológico desde 2017, algodão orgânico e algodão agroflorestal.

Pra gente pensar sobre os tecidos

80% dos resíduos têxteis que acabam nos aterros poderiam ser reutilizados, seja de roupas (que a gente chama de pós consumo), mas também de sobras na fabricação (que a gente chama de pré consumo).

Já existem iniciativas aqui na Renner pensando em reduzir esse esíduo, como é o caso do Rejeans, um jeans feito com sobras de tecido do pré consumo. O tecido é desfibrado, como a gente chama o processo de fazer ele virar fibra novamente, misturado com matéria-prima virgem e aí passa de novo pelo processo de virar tecido.

Existem diversos desafios nesse processo e um deles é deixar esse tecido com a qualidade e toque de um tecido feito com matéria prima virgem. Sabe por quê? Eu descobri isso no workshop: a gente não consegue reciclar tecidos e não usar um percentual de matéria-prima virgem porque as fibras rompem e o algodão novo é mais longo.

Além disso, um dos objetivos da marca é fazer com que os tecidos fiquem tão bons em qualidade que a gente não sinta diferença no vestir. Na próxima vez, repara bem nas etiquetas da sua roupa, especialmente o Selo Re.

Você já sabia de todos esses detalhes sobre os tecidos das roupas que você usa? Me manda mensagem lá no @cristalmuniz pra gente conversar mais. Dica extra: você leu minha coluna sobre cadeia de produção de moda? Fica a dica!